Eletroencefalograma com Mapeamento

O EEG com Mapeamento (“Brain Mapping”) inclui o processamento computadorizado dos sinais elétricos do cérebro. É um exame de melhor qualidade, que permite maior precisão na localização das descargas epileptiformes, bem como obter informações quantitativas sobre a atividade elétrica cerebral de base, comparando variações inter e intra-hemisféricas. Tem sido usado também para avaliação prognóstica e acompanhamento evolutivo de distúrbios de aprendizagem e demências.

Embora exija maior dedicação e conhecimento do médico que analisa o registro, pode fornecer um exame de melhor qualidade, maior precisão na localização das descargas epileptiformes, identificando dipolos elétricos tangenciais e radiais, bem como obter informações quantitativas sobre a atividade elétrica cerebral de base, comparando variações inter e intra-hemisféricas e adicionar tabelas, gráficos e figuras ao registro do traçado, auxiliando a interpretação dos dados obtidos. Este estudo quantitativo da atividade elétrica cerebral tem importância no estabelecimento do prognóstico das epilepsias, além de ser útil para o acompanhamento evolutivo da atividade elétrica cerebral em casos de demências vascular, Alzheimer, traumatismo de crânio e intoxicações.

Epilepsias, sincopes, tonturas e muitas outras condições cujos sintomas caracterizam- se pela ocorrência ou pela recorrência de sintomas episódicos (crises) têm o diagnóstico baseado, essencialmente, nos dados clínicos. Entretanto, subsídios diagnósticos obtidos pela avaliação neurofisiológica muitas vezes tornam- se fundamentais, tanto para o diagnóstico, diagnóstico diferencial, instituição da terapêutica e avaliação de sua eficácia, bem como para estabelecer critérios de cura com suspensão dos medicamentos. O eletroencefalograma, embora útil em outras condições clínicas, tem sua maior indicação para os pacientes com diagnóstico estabelecido ou suspeito de epilepsia. Nesse sentido vem sendo usado desde a década de 1940, ganhando grande popularidade no Brasil a partir de década de 1950.

É importante salientar que uma parcela dos pacientes epilépticos pode apresentar traçado eletroencefalográfico normal no primeiro registro. No entanto, quando vários exames são feitos em período fora de crises epilépticas (registro intercrítico),ou é feita a monitorização eletroencefalográfica de 24 h (Holter Cerebral), a maioria desses pacientes exibe anormalidades em seus exames. O encontro dessas anormalidades é de fundamental importância. A análise de seu padrão eletrográfico auxilia na classificação do tipo crise epiléptica e consequentemente do tipo de epilepsia, proporcionando em alguns casos, direcionar a terapêutica e obter dados prognósticos.

Sendo as epilepsias manifestações decorrentes de anormalidades bioelétricas cerebrais intermitentes, podem ocorrer em indivíduos com outros exames absolutamente normais, como o líquor, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética do crânio. Assim, após décadas de uso e do surgimento de novos métodos diagnósticos, o EEG, um exame não invasivo, tem pleno uso na prática clínica.

A localização de uma descarga epileptiforme cerebral e sua propagação são particularmente úteis. Para tanto, a técnica de captação e a adequada análise dos sinais são etapas importantes. Nos últimos anos os equipamentos analógicos de registro foram sendo progressivamente substituídos pelos sistemas digitais. Esse fato não transformou o EEG em outro exame, entretanto adicionou novas possibilidades para análise, revisão, armazenamento dos dados, dentre outros.
Com isso os sistemas digitais de eletroencefalografia e de monitorização eletroencefalográfica ambulatorial de 24 h (Holter Cerebral) vieram ampliar as possibilidades diagnósticas em relação aos exames mais antigos.